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Ashtanga Yoga

Você sabe o que é Ashtanga-Yoga? Sim? Pense de novo. Se você acha que Ashtanga-Yoga é uma prática de séries de asanas progressivamente mais exigentes você está errado.

Ainda que a prática de asanas esteja incluída dentro de Ashtanga-Yoga, este não se limita àquela, e Ashtanga-Yoga pode inclusive, em muitos casos, prescindir da prática de asanas como usualmente conhecemos.

Ashtanga-Yoga é uma disciplina de oito (ashta) membros (angas) que visa em última análise a capacitação da mente para o conhecimento da realidade. A capacidade de introversão reflexiva é uma necessidade para esse conhecimento, e por isso a prática de Ashtanga-Yoga leva o indivíduo cuidadosamente de práticas mais externas, envolvendo o corpo físico, para práticas mais internas nas quais apenas a atividade mental está em jogo.

A prática de asanas é o aspecto mais externo de Ashtanga-Yoga, e visa apaziguar obstáculos mais grosseiros à interiorização, como dores e outras obstruções físicas, preguiça, falta de concentração, pensamento agitado, e assim por diante. Às vezes, vemos que uma pessoa não consegue simplesmente focar na respiração em uma postura sentada de olhos fechados, mas consegue se concentrar nela caso fique de pé, abra os olhos, e eleve e abaixe os braços à medida que respira. Depois de algumas seções de respiração junto com o movimento físico adequado, a pessoa torna-se apta para concentrar-se somente na respiração, o que é mais difícil.

Assim, vemos que o intuito do Ashtanga-Yoga não é enfatizar a prática física, mas utilizá-la apenas na medida em que se torna necessária para reduzir obstáculos para a introversão reflexiva. Uma vez que esses obstáculos tenham sido atenuados, o praticante é encorajado a seguir em frente para os aspectos mais internos da prática, em direção à meditação.

O que vemos hoje em dia, contudo, é o nome Ashtanga-Yoga aplicado a práticas que enfatizam demais o aspecto físico, perdendo o direcionamento tradicional do Yoga. Ao invés de diminuir progressivamente as práticas físicas em direção às práticas mais internas e sutis, essas práticas aumentam cada vez mais o foco nos asanas, deixando frequentemente o praticante enredado em uma busca sem limites de desempenho físico. É claro que uma pessoa pode, se quiser, passar a vida inteira dedicada à prática de asanas, mas que ela o faça conscientemente, sabendo das limitações dessa empreitada no contexto do objetivo maior do Yoga.

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